sábado, 15 de dezembro de 2007

UM VERSO

Quando a pena
busca uma palavra
garimpa-a até achá-la,
e quando
pensa que
com ela se depara
tenta incrustá-la
no texto em construção.

Às vezes,
o poema não aceita
a pedra garimpada.

O que fazer?

Lá vai,
de novo,
o poeta
procurar sua jóia,
sua pedra
e quando a encontra,
que felicidade,
coloca-a com a precisão
de um cirurgião
no seu poema,
na sua criação:
um verso.
Apenas, um
de tantos outros
que se criarão,
com a insistência,
a sabedoria
e a perspicácia do poeta.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2007

Código do texto: T779202

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SONS DO DIA

Com o dia a passar,
percebo
que os sons
se diferem
no seu decorrer.

Amanhecer:
crianças,
escola,
pessoas indo labutar.

Entardeceder:
crianças,
escola,
pipa,
bola,
pessoas a voltarem do trabalho,
dos seus compromissos.

Anoitecer:
conversas,
TV,
namoros,
silêncio.
Uns, ainda,
falam daqui
e outros de lá.

E chega a hora
de um silêncio predominar:
o dos amantes,
o do amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2007

Código do texto: T779192

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